terça-feira, 12 de outubro de 2010

Porto Gaia Matosinhos uma só cidade


Muitas vezes ouvimos falar na fusão dos concelhos do Porto com os concelhos de Gaia e Matosinhos. Alguns pensam que é um disparate que entidades mais pequenas podem dar uma voz mais clara às necesidades das populações, mas se assim fosse porque não criar mais concelhos? dividir ainda mais o já desmembrado Portugal? Sou totalmente contra a monarquia, já que acho que atenta aos direitos básicos de uma democracia, ainda que é evidente existem por essa Europa fora monarquias e democracias que parecen co-existir sem qualquer problema de consciencia por quem nelas vive - Mas falo na monarquia porque acho que Portugal parou de actualizar as fronteiras territoriais quando deixou de ser uma monarquia. Infelizmente a burocracia e os numerosos tachos que a nossa politica decide alimentar parecem eternos.
O Porto há muito que necessita de actualizar as suas fronteiras como cidade. Primeiro porque a sua população precisa de ver projectada a sua cidade aquilo que verdadeiramente o é; precisa de ver as suas necessidades representadas em uma só voz, que tenha uma perspectiva comum e amplia de forma a actuar alto, com competencia e sem burocracias no que respeita a projectos de larga escala. Hoje em dia pensar em por exemplo promover um bairro financeiro ou contruir uma avenida intra-concelhos parece toda uma aventura de que nenhum politico tem interesse em promover. Pensar alto afectando concelhos radiais deixa de ser competencia da câmara, por isso estes continuam a pensar pequeno.
Há quem diga: mas se o Porto precisa de aumentar as suas fronteira, então muitas outras cidades que cresceram da mesma forma também precisam. Ora bem pois que o façam, mas o Porto mais que nenhuma outra pede a gritos esta fusão pelos seguintes motivos:
1- Vila Nova de Gaia - o concelho é enorme mas a cidade de Gaia é na verdade cidade do Porto. Não é uma cidade de arredores. Ambas cidades geminam de um ponto comum que hoje em dia já não é um ponto de separação mas de união. O centro do Porto dista do centro de Gaia menos de um minuto a pé - sim 1 minuto a pé. NÃO, não falamos de uma cidade de arredores. Muitas freguesias do Porto estão mais longe do centro que todas as freguesias da cidade de Gaia.
2-O Porto perde projeção internacional assim como investimento privado porque parece ser uma "A Corunha" ou uma "Vigo". Quando na verdade o Porto é uma "Valencia" e mais que uma "Sevilha". O Porto (tal como o pintamos actualmente) tem menos de 250 mil habitantes em uma AMP que lhe interdepende com mais de 1 milhão 750 mil habitantes. Ou seja nem 15% da população. Isto não é um núcleo, é um conjunto de retalhos que jamáis poderão crear a coesão que a zona precisa. Para não falar na conurbação norte litoral que inclui Braga e Aveiro que sobe este número a mais de 3 milhões e meio de habitantes.
3- O Porto perde investimento público e vê fundos desviados para projectos mais importantes na capital - porque a voz do Porto não grita com os votos suficientes, porque os seus habitantes estão perdidos nas necessidades pequenas que os seus líderes lhes vendem como se fossem importantes e como se fossem o único objectivo que pudessem alcançar.

Portugal precisa urgentemente de uma re-organização territorial. Unir freguesias, re-organizar as cidades metropolitanas e as suas fronteiras, criar regiões. Dar voz às necessidades sociais e deixar de lado as divisões históricas que eram muito válidas na época da carochinha mas que hoje em dia só servem para os livros de história.
Criar uma Entidade de Trasportes Metropolitano competente, uma Região Metropolitana com voz e poder politico, uma Regiao Nuts II com autonomia não são desculpa para não se actualizar as fronteiras da cidade do Porto. Todas são imperativas.
O potencial está, a vontade de alguns também, falta que alguém lance o desafio com a força e garra que estão intrínsicas na população com interesses comuns deste canto litorial. Um Porto forte é vantagem para todos. O sentido de identidade bairrista é uma barreira que devemos superar. Se fossemos por esse caminho existiria uma câmara municipal por cada km2 de Portugal.
Mais que nunca o Porto cresceu neste último século. Qualquer Rei teria obrigado os seus súbitos a compartirem uma politica comum de gestão deste território agora também comum. No entanto apesar deste crescimento a última actualização das fronteiras do Porto é do tempo da integração do concelho de Bouças na cidade e por aí ficamos perdidos no tempo, esperando que alguêm hoje distante sentado em alguma cadeira de Lisboa decida o que é bom ou não para o Porto.


Este novo Porto tem potencial para: projectar bairros financeiros em pólos de Matosinhos e Gaia, reorganizar as radiais, vci circular e avenidas principais, criar parques urbanos em númerosos pontos do concelho de Gaia. Vender um centro histórico inegável e uma cidade moderna a Sul. Coexistir como cidade histórica e cidade de negócios, de investimento, de atracção de população e de turismo. Criar qualidade de vida as seus residentes. Criar núcleos ou clusters especificos. Vender cultura, sol, praia, rio, mar, verde, urbano, história e sonhos.

Porto Gaia Matosinhos, uma fusão, uma cidade, uma voz, um interesse comum, um núcleo central coeso para a AMP. Cidade de hoje, cidade do futuro. Adeus Porto do passado.

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